- Título Original: Mulheres que não eram somente vítimas
- Gênero do Livro: Novela
- Editora: Folheando
- Ano de Publicação: 2023
- Número de Páginas: 96
Sinopse: Quem foi Mariana Tavares e como morreu? Essas são as perguntas que levam a determinada jornalista Maria Silva a investigar a misteriosa morte de uma adolescente. O que antes parecia um trágico acidente esconde um histórico de violência que impulsiona a jornalista em sua apuração em busca de justiça não só por Mariana, mas também por si própria e todas as mulheres que merecem ser mais do que vítimas.
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E se olhar para a dor do outro for um tratamento para as nossas próprias dores? Mulheres que não eram somente vítimas aponta nessa direção (e em outras tantas) numa narrativa que nos instiga a ler até o final.
O livro é o segundo da escritora brasileira Regiane Folter. O primeiro, uma coletânea de contos sobre o amor intitulada AmoreZ, apareceu por aqui há quase quatros anos.
O novo livro se inicia com a recusa da jornalista Maria em escrever uma matéria que lhe foi atribuída. Ela o faz com veemência, até com certa teimosia e uma boa dose de raiva, criando um desconforto com sua amiga editora.
O enredo não nos entrega de cara o porquê de sua reação, deixando-nos apenas com suposições e curiosidade. Pouco a pouco se conhece a protagonista, seu modo de pensar e agir, sua relação com o mundo, ao mesmo tempo em que se revela a história que serve de pano de fundo, a história de Mariana, o objeto do desgaste entre Maria e sua chefe Tatiana. Ao refazer os passos de Mariana, Maria tem a oportunidade de olhar para dentro de si, de reviver e reescrever sua própria história.
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Você e eu só temos em comum o desejo de escrever, o desejo de menos injustiça. De resto não posso mensurar sua experiência de fome, preconceito e miséria.
Mas senti sua dor nos relatos do dia a dia na favela, no estranhamento na casa de alvenaria.
Sempre que posso falo de você, da sua força, do seu sonho, da verdade em suas palavras, da atualidade dos seus escritos, que datam de mais de meio século. Queria que todo mundo, gente jovem, gente velha, pobre, rica, classe média, lhe fizesse uma visita.
Nascemos separadas pelo tempo. Quando vim ao mundo você já tinha partido dez anos antes e ninguém me apresentou a você. Nosso primeiro encontro foi há cerca de cinco anos, antes que o planeta entrasse em um pesadelo do qual tememos nunca mais sair.
Vi na sua história uma história que não apenas se conta, uma história que ainda se vive neste país tão desigual, embora optemos por fechar os olhos às vezes.
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- Título Original: Corpo desfeito
- Gênero do Livro: Romance
- Editora: Alfaguara
- Ano de Publicação: 2022
- Número de Páginas: 128
Sinopse: Amanda tem doze anos e acaba de perder a mãe. Sem conhecer o pai, toda sua esperança de conforto se volta para a avó, pessoa dura e intolerante, que já sofreu muito no passado. Por pouco mais de um ano, acompanhamos a vida de Amanda se ajustando às demandas cada vez mais extremas de Marlene: não fale com ninguém, não saia de casa, não use roupas chamativas, não tome banho de porta fechada.
Cerceando progressivamente o dia a dia da jovem, a avó constrói um lar que muito se assemelha a uma prisão seja para o corpo de Amanda, seja para a própria mente. Sob o pretexto de visões religiosas, as atitudes de Marlene levam a neta ao limite, mesmo que não consigam impedir que o primeiro amor brote no coração da menina.
Neste romance de estreia, Jarid Arraes mergulha fundo nas consequências do abuso físico e psicológico de crianças. Com uma prosa ágil e habilmente construída, ela nos mostra como essas marcas são criadas, e também como é possível escapar delas.
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Como se imagina a vida de uma menina de doze anos? Cercada do carinho da família, dedicada apenas aos estudos, às brincadeiras, às amizades e até a um despertar para a vida adulta. Bem, deveria ser assim. Sei que essa não é a realidade de todas as meninas, como não é a de Amanda, a protagonista do romance Corpo desfeito, da jovem escritora Jarid Arraes.
Reconhecida poeta e cordelista, Jarid é um dos nomes da nova geração de escritores e escritoras do Brasil, uma representante nordestina que vem despontando no meio literário brasileiro.
Corpo desfeito é o seu primeiro romance, lançado em 2022, pela editora Alfaguara, mas a autora também publicou As lendas de Dandara (Editora da Cultura, 2016), o livro de poesia Um buraco com meu nome (Jandaíra, 2018), a coletânea de contos Redemoinho em dia quente (Alfaguara, 2019) — vencedora do Prêmio APCA e do Prêmio Biblioteca Nacional — e Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis (Seguinte, 2020).
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07 de dezembro de 2022
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Por Charlotte Perkins Gilman
- Título Original: Herland
- Gênero do Livro: Romance
- Editora: Rosa dos Tempos
- Ano de Publicação: 2018
- Número de Páginas: 256
Sinopse: Publicado pela primeira vez em 1915, Terra das mulheres mostra como seria uma sociedade utópica composta unicamente por mulheres. Antes de o leitor encontrar a suposta maravilha dessa utopia, terá de acompanhar três exploradores ― Van, o narrador; o doce Jeff; e Terry, o machão ― e suas considerações e devaneios sobre o país, no qual, os três têm a certeza de que também existem homens, ainda que isolados e convocados apenas para fins de reprodução. Um país só de mulheres, segundo os três, seria caótico, selvagem, subdesenvolvido, inviável. Uma vez lá, Van, Jeff e Terry se dividem entre a curiosidade de exploradores com fins científicos e o impulso dominador de um homem, oscilando entre tentar entender mais sobre aquela utópica e desconhecida sociedade e o sonho de um harém repleto de mulheres que talvez estejam dispostas a satisfazê-los e servi-los.
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Como seria um mundo em que só existissem mulheres? Foi isso que Charlotte Perkins Gilman imaginou ao criar Terra das Mulheres, romance utópico publicado originalmente em 1915.
Charlotte Perkins Gilman nasceu em 1860, nos Estados Unidos, foi feminista, sufragista, socióloga. Um dos seus trabalhos mais conhecidos é O papel de parede amarelo, conto lançado em 1892.
Terra das Mulheres é narrado por um homem que, junto com dois amigos, visita o país habitado unicamente por mulheres, um lugar organizado, limpo, sem violência ou doenças. Primeiros homens a pisar no local após dois mil anos, os três americanos inicialmente não acreditam que aquela terra seja exclusiva de pessoas do sexo feminino, uma vez que, em sua concepção, elas não teriam condições de levantar construções tão imponentes, nem de se organizar e se governar sem homens, ainda mais em tamanha harmonia (mulheres são competitivas por natureza, eles julgam).
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