17 de agosto de 2021

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[Resenha] Eu sou Malala

Por Malala Yousafzai

  • Título Original: I Am Malala: How One Girl Stood Up for Education and Changed the World
  • Gênero do Livro: Biografia
  • Editora: Seguinte
  • Ano de Publicação: 2015
  • Número de Páginas: 198
Sinopse: Uma jovem comum, Malala Yousafzai gostava de acompanhar seus programas de TV preferidos, vivia brigando com os irmãos e adorava ir à escola. Mas em pouco tempo tudo mudaria. Ela tinha apenas dez anos quando o Talibã tomou conta do vale do Swat, onde ela vivia com os pais e os irmãos. A partir desse dia, a música virou crime; as mulheres estavam proibidas de frequentar o mercado; as meninas não deveriam ir à escola.
Criada em uma região pacífica do Paquistão totalmente transformada pelo terrorismo, Malala foi ensinada a defender aquilo em que acreditava. Assim, ela lutou com todas as forças por seu direito à educação. E, em 9 de outubro de 2012, quase perdeu a vida por isso: foi atingida por um tiro na cabeça quando voltava de ônibus da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria.
Hoje Malala é um grande exemplo, no mundo todo, do poder do protesto pacífico, e é a pessoa mais jovem e a receber o Prêmio Nobel da Paz. Nesta autobiografia, em que ela conta sua história inspiradora para outros jovens como ela, Malala mostra que todos podem mudar o mundo. (Amazon)
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Foi uma coincidência. Na semana passada, li o livro Eu sou Malala: como uma garota defendeu o direito à educação e mudou o mundo (edição juvenil). Logo depois chegaram as notícias de que os Estados Unidos retirariam suas tropas militares do Afeganistão. Logo depois, como já se esperava, o Talibã tomou conta do país outra vez. Desde então, a imprensa nos recorda as consequências da primeira investida do movimento fundamentalista naquela nação, em um passado recente; vemos cenas de pessoas tentando deixar sua terra, em busca de segurança.

É triste. Malala narra um pouco dessa mesma história em seu livro. O enredo é como o que começa a se desenrolar neste momento: grupos armados nas ruas, pessoas com medo, repressão à população, em especial às mulheres etc. A diferença é apenas na localização geográfica, embora nem seja tão diferente assim. Malala nasceu e viveu até seus 15 anos de idade no Paquistão, país vizinho do Afeganistão. Agora ela é chamada a se manifestar sobre o acontecimento que se repete.

Malala Yousafzai é uma jovem ativista política. Nasceu em 1997, na cidade de Mingora, no Vale do Swat, no Paquistão, sendo a mais velha de três irmãos.

O Paquistão é um dos países mais populosos do mundo, com mais de duzentos milhões de habitantes, e sua população professa, em sua maioria, a fé islâmica. As regras morais são rígidas, principalmente em relação às mulheres. Malala relata no início do livro, entretanto, que havia mais liberdade antes da chegada do Talibã — tanto que ela e outras meninas frequentavam a escola, sem perseguição.

A menina teve a sorte de nascer em uma família mais progressista, que apoiava seu direito de estudar, enquanto muitas outras não tinham essa oportunidade e eram obrigadas a se casarem cedo. O pai de Malala é defensor da educação para todos e, por isso, criou sozinho uma escola que recebia meninos e meninas. Malala adorava ir à escola, se esforçava para tirar boas notas e ser a primeira da classe. Com o exemplo e o incentivo de seu pai e tocada pelo prazer de aprender, percebeu a necessidade de lutar para que as demais meninas também tivessem acesso à educação.

Isso ficou ainda mais evidente para ela quando o Talibã chegou à sua cidade, promovendo uma campanha contra as escolas de meninas, campanha esta que resultou em fechamento e bombardeio das instituições escolares, mortes e muito terror. O perigo era a cada dia maior para as pessoas que ousavam criticar o Talibã.

Malala e seu pai começaram a receber ameaças de morte, o que não os impediu de defender aquilo que achavam correto — eles até intensificaram a luta. A mãe de Malala tinha medo. Mesmo assim, apoiava os dois, pois sabia da nobreza e da urgência da causa.

Malala escreveu anonimamente para um blog da British Broadcasting Corporation (BBC) com 11 anos de idade, narrando a situação de vida em seu país sob o controle do Talibã, participou junto com o pai de um documentário produzido pelo New York Times, deu entrevistas para jornais e programas de televisão. Em 2011, com 14 anos, ganhou o Prêmio Nacional Paquistanês da Paz. Em 2013, com 16 anos, discursou na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), defendendo a educação gratuita para todas as crianças do mundo. No ano seguinte, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, sendo a pessoa mais jovem a ser agraciada com ele. Hoje Malala tem 24 anos e vive com os pais e os irmãos em Birmingham, na Inglaterra. Formou-se em filosofia, política e economia pela Universidade de Oxford.

Eu não vou contar toda a história aqui, embora todo mundo saiba o que acontece com Malala. Essa é uma leitura atual e inspiradora. Ainda tão nova, Malala nos ensina a importância de lutar por justiça. Sua experiência nos mostra que o medo, que às vezes nos paralisa, não pode nos frear, não pode nos impedir de batalhar por um mundo melhor. Muita gente tentou calar Malala e conseguiu apenas ampliar o alcance de suas palavras.

Além de nos apresentar essa realidade dura, o livro traz uma Malala que, além de ativista pelo direito à educação, era uma criança, que se inquietava com coisas de crianças, que brigava com os irmãos, que gostava de aprender e se divertir, que vivia entre tapas e beijos com a melhor amiga, que se preocupava com a própria aparência. Foi uma criança obrigada a amadurecer antes do tempo, por culpa da crueldade, do fanatismo, da sede de poder dos adultos. Ainda assim, protegeu o seu lado infantil.

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