"10" Post(s) encontrado(s) na categoria: Poesia

08 de maio de 2025

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Tem horas

Tem horas que você quer sersozinha,você e os pensamentos,você e a imaginação,trancada no quarto,alinhavando suas palavras. Tem horas que cansa.A nostalgia pedealguém que perguntevocê tá beme queira saber de verdadee não precise de explicaçãoe vá entendere dar razãomesmo que seja bobagem. Você tem saudadede alguém que conheçavocê,que preze estardo seu lado,que não viva sempre com pressa,que tenha vagano calendário,que olhe pra vocêquando você fala.

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07 de março de 2025

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Esse negócio de ser mulher

Você e eu diferimos na roupa, na fala, no jeito de andar, no corpo, no percurso, nos desejos, na idade, no cabelo, no pensar. Não conheço sua história, você ignora a minha, mas entendo desse negócio de ser mulher. Posso apostar: você, assim como eu, vive ou viveu, pequena ou grande, uma privação, uma agressão, uma discriminação. Assim como eu, você se empenhapor um modelo nem meu nem seu e se endireita e alisae se envergonhae pintae esconde. Você, como eu, acreditou que combatemos cada uma para um lado, que deve se provar acima de mim e eu de você. Aqui eu revelo: assim como você,eu ambiciono direito,sucesso, respeito, felicidade,afeto. Que tal lutarmos do mesmo lado? Eu lhe dou a mão para você não tropeçar e você me levanta quando eu cair. E assim apontamosnossas armas para o real adversário.

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13 de fevereiro de 2025

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Rótulo

Sou feita de amor,queria eu acabar aqui.Ponto final.Sou receita de um ingrediente só. Porém minha embalageminforma:contenho alto teorde medo,alto teorde raiva,alto teor. Sou feita de um barulhoque não consigo calar,um barulhoque ecoa no poçosem fundodo meu pensamento. Sou feita de culpa,de um arrependimentode coisaque nem seie me atacaa barriganuma pontada quente.

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24 de junho de 2024

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A astronauta

Ela partiu ontemnum foguete rumo à Lua,passou entre as nuvens,enfeitou os cabelos com estrelas,debochou da lei da gravidade. Você mandou uma mensagem de rádio:Seu brilho é tão intenso,que nem preciso de telescópiopra te ver aqui de baixo.Surgiu ali uma porção de orgulho,orgulho que raras vezes se viunaqueles olhos que só miravamos próprios pés. Hoje ela despencou do alto.Não olhe aí de cimapela janela do seu foguetinho — foi seu novo recado —, não deixe a empáfia te levar pra fora da galáxia.

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14 de dezembro de 2023

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Mente workaholic

Mente obstinada workaholic assumida nem sempre ao meu favor às vezes melhor amiga outras me dá rasteira parece me odiar Gira ao redor do rabo profere insanidades traz lembranças que eu não quero lembrar Não me conta a senha do banco não me sopra a letra da música que amo nem o nome do filme que quero indicar e me sussurra um fato de dez anos atrás Peço pra me inspirar uma história ela me dita uma catástrofe não vai dar certo a casa vai cair o teto vai ruir você vai tropeçar sua voz vai falhar ninguém no mundo vai curtir é só isso o que ela diz

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16 de junho de 2023

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Enigma da convivência

Por Eriane Dantas

Nunca entendi quem não sente que sente não remói os acontecimentos esquece as brigas perdoa num zás-trás não implica por qualquer coisa não duvida das certezas confia em coaches não faz listas não se organiza pelo Excel anda de bicicleta elétrica enlouquece por futebol não curte música se impacienta com séries de TV vive em academia toma chá em vez de café ou toma café sem açúcar não faz planos não fala sobre trabalho reclama de feriado ama bloco de carnaval come jiló dança na frente de outras gentes faz chá revelação comemora mesversário usa meia dúzia de reticências Desconfio que por aí alguém diz de mim coisas do tipo Num movimento recíproco não entende quase nada deste ser humano torce o nariz para as estranhezas que carrego (algumas com orgulho) e eu nem quero tomar conhecimento ou vou ruminar esse amargor até perder o gosto Levarei mais trinta anos […]

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13 de abril de 2023

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Tempo, tempo, tempo, tempo

Por Eriane Dantas

Que impiedoso o tempo Ele se move, sorrateiro e eu nem percebo Aí olho para a cara do meu filho e comparo com a foto de um ano atrás É o mesmo menino eu posso notar no olhar na boca no nariz nos traços que ainda estão lá Só não encontro mais o mesmo menino O rosto tem uma mudança um quê de amadurecimento o bebê se foi o corpo estirou ele já passa de um metro Faço então as contas quatro anos completos uma copa uma olimpíada uma eleição um censo uma pandemia uma guerra Coube tanto em 1.461 dias Por aqui tantas fraldas tantos sorrisos tantas lágrimas tantos porquês tanto orgulho tantas chinelas Havaianas E eu fico com a pergunta: por que a pressa, tempo?

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14 de junho de 2022

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Cadê o amor?

Por Eriane Dantas

Arrepiam-me a apatia a conivência com a barbárie a comemoração da dor do outro Por que não incomoda se o outro passa fome padece tem a vida ceifada? Por que o próximo sempre merece os males mesmo causados por terceiros?

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