"4" Post(s) arquivados na Tag: mulheres

22 de setembro de 2020

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Sem eco

Por Eriane Dantas

As palavras saíram,
desengasgaram a indignação
que me pesava o peito.

E o eco não veio,
aquele barulho alto ou mesmo um sussurro
que meus ouvidos ansiaram escutar.
Minha voz bateu num obstáculo qualquer
e voltou a gritar
dentro de mim.

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01 de agosto de 2020

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Mulheres e homens: somos tão diferentes assim?

Recentemente li inúmeras notícias a respeito da sobrecarga de trabalho enfrentada pelas mulheres durante a pandemia. Não é novidade que as mulheres em geral se ocupam mais que os homens das tarefas domésticas e do cuidado da família, mas é provável que isso tenha se agravado neste período.

Essa situação resulta de um velho pensamento que relaciona as mulheres ao cuidado. Afinal, muitas pessoas (tanto homens quanto mulheres) acreditam que somos sensíveis, delicadas e maternais apenas por sermos mulheres.

Mas será mesmo que as mulheres nascem destinadas a realizar determinadas tarefas e os homens, a realizar outras? Será que homens e mulheres têm interesse inato por temas e atividades específicos?

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30 de maio de 2020

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Cartas para Marilu (n° 12)

Sábado, 13 de julho de 1985.


Marilu,


Depois do desastre que foi a conversa com seu pai, encontrei Teresa e disse que queria participar de suas reuniões. Não importava contra quem eles lutavam; eu também queria lutar. A luta por liberdade também me tinha feito sair de casa, embora eu não tenha refletido sobre isso antes de tomar a decisão.

Saí do hotel diretamente para a igreja ao lado, onde encontrei dezenas de homens e mulheres que alternavam sorrisos e uma expressão de tristeza. Teresa me explicou que seus companheiros tinham esperança de ver o país livre outra vez, mas o clima de repressão e o medo por vezes ofuscavam seus pensamentos positivos.

Um homem subiu ao altar e reafirmou a importância da resistência. Eles trilhavam o caminho certo e ninguém poderia esmorecer naquele momento. Relembrou os companheiros que não se encontravam mais ali, companheiros cujo paradeiro só podiam imaginar, e pediu que cada um dos presentes prosseguisse na batalha por aqueles que não podiam fazê-lo.

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05 de maio de 2020

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Cartas para Marilu (n° 11)

Quinta-feira, 11 de julho de 1985.


Querida Marilu,


Havia se passado bastante tempo desde o início do trabalho no hotel. Certa noite, obrigaram-me a ficar até tarde, pois haviam hóspedes importantes por chegar, e o gerente me mandou faxinar cada um dos quartos desocupados. Nada poderia estar fora do lugar, ele disse, nem um grão de poeira deveria restar nos aposentos das tais autoridades.

Quem eram os hóspedes tão exigentes ninguém me informou, e eu também não questionei. Esse não era o tipo de gente que me interessava. Na verdade, quase nada despertava meu interesse naquela época.

Quando enfim deixei o hotel, vi um grupo de pessoas saindo da igreja ao lado. Não tinham cara de reza, mas como eu poderia ter certeza se também já não rezava? Movimentaram-se com rapidez e em poucos segundos sumiram. Perguntei-me quem eram elas, embora não tenha perdido tanto tempo buscando a resposta. Logo dormi.

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