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08 de março de 2023

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Dois ensaios para enfrentar o 8 de março

Chegou o dia do ano em que recebemos as flores e os bombons, além das mensagens que exaltam a delicadeza e a força da mulher (Erasmo Carlos começou a cantar ao meu ouvido). O dia em que pessoas que nunca se preocuparam com a questão de gênero se convertem, de repente, em defensoras das lutas femininas.

Oito de março é o dia vergonha alheia, que me deixa desconfortável e me faz rezar pelo dia nove. Passo as horas rolando o feed, fugindo dos parabéns e ignorando as mensagens “carinhosas”, em especial aquelas acompanhadas de rosas ou algo do tipo.

Não, eu não sou contra o Dia Internacional das Mulheres. Muito pelo contrário. Aborreço-me com a distorção da data, com o uso mercadológico, com a farsa de machistas, com a tentativa de nos fazer esquecer a desigualdade e a violência que sofremos.

Já escrevi outras vezes (aqui e aqui) sobre o meu incômodo. Dessa vez, sugiro dois ensaios que podem ajudar a entender a situação das mulheres e o modo de pensar acerca do feminismo.

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01 de novembro de 2022

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Nasce uma esperança

Por Eriane Dantas

De domingo para cá, vi tantas postagens de luto, feitas até por conhecidos e conhecidas que eu considerava conscientes. Elas retratam um Deus triste com o resultado das eleições no Brasil e se perguntam qual será o futuro do país. Vi cenas de gente vestida de verde e amarelo em meio a orações e lágrimas. Vi imagens de pessoas bloqueando estradas e pedindo intervenção militar.

Eu não entendo.

O candidato perdedor, que infelizmente ainda é o presidente do país, defende a liberação de armas e o fuzilamento de quem o critica, já declarou que sua especialidade é matar e anda com gente que não aprecia muito a paz (vide o cara que atirou em policiais e a mulher que perseguiu uma pessoa na rua com arma em punho).

Esse mesmo candidato apostou na mentira, no medo, na guerra, na desunião, em narrativas repetitivas (comunismo, corrupção, ideologia de gênero, aborto).

Ele não se esforçou para conter o novo coronavírus, nem se solidarizou com as famílias que perderam entes queridos para a doença. Pelo contrário, debochou de gente sem respirar, fez questão de sair às ruas e de incentivar a aglomeração durante a pandemia.

Homenageou um torturador em seu voto no golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, disse que uma deputada não merecia ser estuprada por ser feia, falou grosso com jornalistas, julgou que meninas de 14 e 15 eram prostitutas porque são venezuelanas e se arrumavam em um sábado à tarde. Para completar, declarou que “pintou um clima” entre elas e ele (um idoso de 67 anos de idade).

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13 de outubro de 2022

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Verdade ou imaginação?

Por Eriane Dantas

Às vezes, desconfio da minha memória de longa data. Modifico, recrio, dou nova versão às histórias que penso ter testemunhado? Ou a memória dos outros falha? Ou eles não viram o que eu vi?

O meu defeito é ter lembranças entrecortadas. Esqueço os detalhes: o lugar exato, os nomes dos personagens. Assim ninguém pode mesmo acreditar na minha narração. Em outra via, não me lembro de coisa alguma e, encabulada, respondo que “não, não lembro disso” ou “não, não sei quem é fulano” e ouço um desapontado “tu não lembra não?”.

Como se fosse hoje, avisto um conhecido da família, cabeleireiro de profissão, aparecer, na inauguração da praça do nosso bairro, vestido com roupas femininas e montado em um par de pernas que ninguém havia percebido embaixo das calças.

Ao comentar esse fato com meus pais, não soube explicar quem ele era, como se chamava, de onde o conhecíamos (nem eles estiveram comigo na inauguração da praça). Recorri à minha irmã, com quem eu fui ao evento, mas ela sequer se lembra daquela data.

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28 de julho de 2022

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Os nós em mim

Por Eriane Dantas

Já ouviu falar em um gigante de mais de duzentos anos que vive no litoral piauiense, mais precisamente no município de Cajueiro da Praia?

Batizado de Cajueiro-Rei, essa árvore centenária foi reconhecida, em 2016, como o maior cajueiro do mundo, com base em estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Os pesquisadores analisaram as folhas de diferentes locais da planta, fizeram medições da área e do perímetro ocupado por ela e, com isso, provaram que, embora pareça se tratar de uma porção de árvores juntas, ali há um único pé de caju com diversos troncos.

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