"4" Post(s) arquivados na Tag: literatura

10 de novembro de 2020

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A TV e eu

Por Eriane Dantas

Fui criada diante da TV, vendo desde O fantástico mundo de Bob até a banheira do Gugu (e uma porção de outros programas que hoje nos causam espanto). Naquela época, nem sonhávamos com Netflix e redes sociais; não tínhamos um aparelho de videocassete em casa; minha família não tinha condições de encher estantes com livros.

Por falar em livros, além dos didáticos, lembro-me de três lá em casa: Coração de boneca, de Ilka Brunilde Laurito; Os Grandes Líderes: Juscelino, de Geraldo Mayrinck; e Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituída, de Kai Hermann e Horst Rieck (que minha irmã e eu encontramos na rua e que, pelo tema, eu nem cheguei a ler). Então, o mundo entrava pelos olhos e pelos ouvidos, com imagens e sons, naquela caixa que tinha o poder de reunir a família na sala.

A atração principal para mim eram as telenovelas, em especial as mexicanas, já que minha mãe nos proibia de assistir às nacionais, incluindo Malhação. Isso não queria dizer que, vez ou outra, minha irmã e eu não déssemos uma espiada em alguma delas (ainda me recordo bem de uma noite em que, por acaso, me vi diante de um televisor que exibia Xica da Silva e de outra noite em que minha irmã e eu nos escondemos atrás do sofá para conferir Pedra sobre pedra — e nem me lembro das cenas em si).

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13 de outubro de 2020

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Professoras de todos os tipos

Representações de professoras e professores na literatura

Atenciosas ou indiferentes. Rígidas ou permissivas. Democráticas ou autoritárias. Cada um de nós teve inumeráveis professoras ou professores, de diferentes personalidades e estilos, seja na educação infantil, no ensino fundamental, no ensino médio ou na educação superior.

É de conhecimento geral (e isso eu sei por experiência) que a docência não é a profissão mais valorizada no Brasil (veja-se, por exemplo, o que declarou o próprio ministro da área em uma entrevista recente). Por consequência, também não é a mais desejada pelos jovens.

Ao menos, parece que, durante a pandemia do novo coronavírus, que obrigou o fechamento das escolas, a sociedade começou a perceber a importância de professoras e professores. Afinal, não é qualquer pessoa que pode ensinar, e as tecnologias não substituem o ambiente escolar.

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10 de outubro de 2020

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Crianças curiosas na literatura

Falar em crianças curiosas é um tanto redundante. As crianças nascem dispostas a explorar o mundo e olham para a vida de modo diferente. Como boas investigadoras, sabem, por pura intuição, que só podem desvendar o funcionamento das coisas com observação e testes (para descobrir que som a colher faz ao cair no chão, por exemplo, é necessário arremessá-la).

Em algum momento, porém, as instituições comandadas pelos adultos (família, escola, religião etc.) fazem crer que tanta experimentação e tanta imaginação são banais, inconvenientes ou até prejudiciais. Começam as proibições, as respostas prontas, as fugas aos temas difíceis. E lá se vão a investigação e a criatividade.

Hoje quero apresentar três crianças que vão contra essa tendência, buscando respostas para problemas que os adultos consideram bobos ou procurando um caminho alternativo àquele escolhido pelos mais velhos. Neste dia das crianças, desejo que nos lembremos de incentivar o espírito investigativo e criativo dos pequenos e de resgatar o nosso próprio desejo de aprender.

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22 de agosto de 2020

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O processo VII

Publicar o livro (parte 2)

Recordo-me de escrever desde criança, quando enchia cadernos com histórias geralmente dramáticas. Houve, entretanto, um longo período em que me afastei dessa atividade (não saberia explicar o motivo). Mantive a escrita apenas nos momentos obrigatórios (trabalhos da escola, da faculdade ou da ocupação remunerada).

Por volta do ano de 2013, redescobri o gosto pela escrita. Dessa redescoberta, surgiu o livro Não sou mais criança, publicado no ano seguinte. De lá para cá, tenho estudado, lido e experimentado mais (e o blog contribuiu nesse processo). Venho aprendendo e aprimorando minha forma de escrever e até passei a me identificar (e me apresentar) como escritora.

Durante esse tempo, conheci distintas histórias de escritores e escritoras sobre seu ingresso no mercado editorial. Algumas delas fazem até parecer que tudo é fácil demais. Tentei usar suas estratégias, mas até o momento nada do que serviu para eles e elas serviu para mim.

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