Esse menino cheio de expressões, cheio de estilo, veio ao mundo há exatos 24 meses, antes do nascer do sol.
É engraçado. O nosso primeiro encontro foi também a nossa primeira separação. Ele chegou reclamando, mostrando suas vontades. Seu choro ocupou o espaço e foi interrompido assim que nos aproximamos, como se ele quisesse ouvir o que eu tinha a dizer. Eu nada disse. Só senti sua pele na minha, a sensação de ver de perto um rosto que a tecnologia havia nos antecipado. Era a minha primeira vez ali também, numa sala com tanta luz, com tanta gente ao redor, com tanta volta no estômago. Sua chegada mudou a nossa vida, a rotina da casa, fazendo-nos até mudar de casa.
Já se passaram dois anos e, embora pareça que foi ontem, sinto como se o Joaquim estivesse conosco desde sempre. Incorporou-se à família de forma tão natural, que não existiria mais família sem sua presença.
Falei do Joaquim outras vezes aqui, especialmente de como ele e eu compartilhamos o amor pelos livros. Para além disso, ele proporciona a experiência mais mágica que viverei: a oportunidade de presenciar suas descobertas, sua aprendizagem, de influenciá-las também, de ser parte da formação de um sujeito.
O título deste texto pode ter causado estranhamento. Foi escolhido de propósito para ressaltar um incômodo meu: a definição de livros “adequados” para bebês e crianças pequenas.
Deixo claro, para começo de conversa, que este não é um artigo de uma especialista no assunto. Trata-se da opinião de alguém que se interessa por literatura para crianças, que escreve e vem aprendendo no convívio com um pequeno ser que vai fazer dois anos em breve.
O que venho atestando em minha vivência é que o gosto pela leitura é aprendido/adquirido pelo estímulo, no contato com os livros. Eu sei, essa afirmação é clichê, porém escutá-la é diferente de experimentá-la.
Sinopse: Continuamente reeditado desde seu lançamento, em 1938, Cazuza é um livro que não envelheceu. Trata-se de um dos maiores sucessos da literatura infantojuvenil brasileira. Esta é a história do menino que dá título ao livro e que, depois de adulto, resolve escrever suas memórias de infância. Em estilo coloquial, franco e dinâmico (bastante diferente do estilo ‘’nobre’’ característico dos livros que circulavam como leitura para crianças e jovens), Cazuza foi uma das obras que abriram as portas da literatura infantojuvenil aos ventos da vida real.
[…] Eu não descreio um instante na obra do bem. Se a guerra ainda não desapareceu do mundo, é porque o mundo não tem feito outra coisa senão louvá-la, engrandecê-la (p. 146).
Com texto de Viriato Corrêa e ilustrações de Renato Silva, Cazuza é um romance destinado a crianças que mais parece uma coleção de causos narrados pelo protagonista. São memórias de sua infância, divididas em três partes, desde quando vivia no seu povoado natal, à margem do rio Itapicuru, no Maranhão, passando pela Vila de Coroatá, até chegar a São Luís.
A obra contém histórias engraçadas, nostálgicas, ensinamentos e um tanto de histórias tristes também. Destaco a primeira experiência escolar de Cazuza, na escolinha do povoado. O professor é rígido em excesso, usa a palmatória com vontade e só causa medo nos alunos. Então Cazuza, que antes tinha uma visão romântica da escola, descobre que o ambiente escolar é um pesadelo. Por sorte, sua mãe determina que ele não vai mais estudar ali.
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