Falar em crianças curiosas é um tanto redundante. As crianças nascem dispostas a explorar o mundo e olham para a vida de modo diferente. Como boas investigadoras, sabem, por pura intuição, que só podem desvendar o funcionamento das coisas com observação e testes (para descobrir que som a colher faz ao cair no chão, por exemplo, é necessário arremessá-la).
Em algum momento, porém, as instituições comandadas pelos adultos (família, escola, religião etc.) fazem crer que tanta experimentação e tanta imaginação são banais, inconvenientes ou até prejudiciais. Começam as proibições, as respostas prontas, as fugas aos temas difíceis. E lá se vão a investigação e a criatividade.
Hoje quero apresentar três crianças que vão contra essa tendência, buscando respostas para problemas que os adultos consideram bobos ou procurando um caminho alternativo àquele escolhido pelos mais velhos. Neste dia das crianças, desejo que nos lembremos de incentivar o espírito investigativo e criativo dos pequenos e de resgatar o nosso próprio desejo de aprender.
Quem quer que tenha lido muitos livros para criança quando adulto provavelmente concordará que é o tipo mais gratificante de leitura […] (Hunt, 2010, p. 81).
Basta um livro conter texto e desenhos para ser considerado literatura infantil? Tudo o que se publica com essa denominação pode mesmo ser chamado de literatura? O que é literatura infantil?
Em minha experiência como professora eu li livros com/para meus alunos, especialmente os da educação infantil. Mesmo assim, não faz muito tempo que me tornei leitora (de verdade) de obras destinadas a crianças e jovens. Isso aconteceu, como contei aqui, quando constatei o óbvio: alguém que se propõe a escrever literatura infantil e juvenil (LIJ) deve conhecer o trabalho de quem veio antes.
Falando assim, pode até parecer que a LIJ me é utilitária, mas garanto que não. Embora eu tenha ampliado meu acervo e minha leitura com o objetivo inicial de aprender a escrever, logo os (bons) livros me conquistaram.
Mesmo que alguns digam o contrário, as imagens nos mostram que o Brasil não está de parabéns quando o assunto é preservação do meio ambiente. É doloroso ver essa cena se repetir todo ano — agora em maior proporção e com o agravante do descaso e da negação da realidade. A quem interessa essa destruição?
O meio ambiente tem até uma data comemorativa mundial, 5 de junho de cada ano. Há também o dia da árvore (21 de setembro), o dia da natureza (4 de outubro) e o dia da Amazônia (5 de setembro). Ainda assim, embora tenhamos muitos dias no nosso calendário para nos lembrar dos impactos de nossas ações sobre o meio ambiente, ele continua a ser um senhor tão maltratado.
Para mim, além da exploração desenfreada, existe a ideia de que meio ambiente é assunto distante da gente, como se as queimadas no Pantanal ou na Floresta Amazônica não tivessem impacto sobre as vidas de quem mora em outras partes do país.
Dias atrás conheci três livros e percebi que, embora tenham temas e estilos diferentes, há um ponto que os une: todos tratam de sentimentos ou de aspectos relacionados ao nosso interior. São também capazes de repercutir em leitores de qualquer idade.
Basta dar uma olhada nos títulos e nas capas para ter uma ideia do que quero dizer (confesso que foi justamente pela capa ou pelo título que os escolhi). As histórias então revelam muito mais.
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