Mas, para nós, que compreendemos a vida, os números não têm tanta importância! […] (p. 26)
Já escrevi no blog sobre livros e autores que valorizam a capacidade das crianças e dos jovens, com textos inteligentes e sensíveis, que divertem, emocionam e levam a refletir, a descobrir coisas novas (veja exemplos aqui e aqui). Hoje falo de O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry (Geração Editorial, 2015), que possui essas mesmas características, mas o destaque aqui é para o reconhecimento, pelo narrador, da forma diferenciada de pensar das crianças.
O narrador (o piloto que encontra o Pequeno Príncipe no deserto) conta que, em sua infância, mostrou um desenho de sua autoria aos adultos, na esperança de que vissem ali o que ele via. Porém os adultos não o compreenderam; enxergaram apenas um chapéu.
Continue lendoMeu desenho não era de um chapéu. Era de uma jiboia que havia devorado um elefante. Decidi, então, desenhar o interior da barriga da serpente para que os adultos pudessem entender melhor. Eles sempre precisam de explicações detalhadas… […] (p. 9).