Um ponto
é qualquer dor minha
diante dos males do mundo,
queixas não cabem nesta vida.
Então àquela no espelho eu ordeno:
não sinta!
Ainda assim eu sinto,
sinto,
sinto,
sinto.
Coisa doida é reparar
no que se sente.
Aquela marca encolhida lá dentro
acha uma brecha,
se exibe,
parece se colar à pele,
de onde a vista não se desvia.
Meu poema é por isso um tanto egoísta.
O sofrimento do meu semelhante não desprezo,
sei de sua proporção, da injustiça que carrega,
mesmo não sendo essa dor a minha.
Só não posso pôr em versos
seus profundos sentimentos.
Estes nem os meus
são do meu completo domínio.
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