Ora, uma das coisas que princesas corajosas fazem é salvar príncipes aprisionados (p. 9).
Hoje trago mais um livro juvenil que diverte, mas também toca em assuntos importantes.
Classificado em segundo lugar na categoria juvenil do Concurso Cepe de Literatura Infantil e Juvenil/2011, organizado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), este foi o quinto livro de João Paulo Vaz (o segundo voltado a crianças e jovens). As ilustrações ficaram a cargo de Laerte Silvino.
Narrada em terceira pessoa e de forma bem-humorada, a obra conta a história de Valéria, uma princesa que não espera ser salva pelo príncipe — é ela quem resgata príncipes em perigo.
Valéria, como o próprio título do livro anuncia, é uma princesa valente — não tem medo de dragão algum. É também aventureira. Montada em seu cavalo negro, gosta de correr o mundo para descobrir o que existe nele antes de ter que assumir suas responsabilidades de rainha.
Também já estava cansada de passear pelos arredores do castelo, gostava mesmo era de aventura (p. 22).
Em uma de suas andanças, encontra o príncipe Horácio, que é o seu oposto: vive preso no castelo de uma bruxa-dragão (ou um dragão-bruxa) e não conhece qualquer coisa além dali.
Finalmente ia poder conhecer o mundo. E, ainda por cima, montado naquele cavalo maravilhoso e com aquela princesa tão corajosa (p. 10).
A história não apenas entretém; aborda temas relevantes. Fora o fato de a princesa ser independente e corajosa (o que talvez seja repetido em excesso), o livro trata da relação entre duas pessoas com personalidades diferentes, da dificuldade em conciliar os desejos e os interesses das duas e da possibilidade de nos adaptarmos para manter o relacionamento, mas sem abrir mão do que somos ou do que queremos.
Ao ler a história pensei ainda em como a nossa forma de ver o mundo pode mudar quando descobrimos algo novo. Mas pode ser que, como Horácio, queiramos retornar para a vida de antes (por certa nostalgia, talvez), mesmo que percamos a liberdade que conquistamos, só porque aquela vida nos parece mais cômoda.
Outra mensagem, por fim, ficou da leitura: é melhor nos unirmos e nos salvarmos juntos que sermos heróis na vida de outras pessoas ou esperar que elas nos resgatem.
Só um ponto me incomodou ao ler o texto, porém não posso falar dele sem revelar o final.
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